terça-feira, 27 de agosto de 2013

Capital tem 3ª população mais obesa do país: 19,9%; mais da metade tem excesso de peso

Pesquisa do Ministério da Saúde revela que João Pessoa só perde para Natal e Rio Branco no quesito obesidade, mas 50,9% dos pessoenses deveriam emagrecer
obeso
















Dados inéditos do Ministério da Saúde revelam que, pela primeira vez, o percentual de pessoas com excesso de peso supera mais da metade da população brasileira. A pesquisa foi divulgada nesta terça-feira (27). 

A pesquisa identificou que 19,9% da população de João Pessoa sofre de obesidade. Entre as capitais brasileiras, João Pessoa ficou em terceiro lugar (empatada com Maceió) como de maior índice de obesidade, sendo que 21,1% são do sexo masculino e 18,9% do sexo feminino. 

No caso de Maceió (AL) os percentuais são invertidos entre os sexos. São 18,5% dos homens obesos e 21,1% de mulheres obesas. 
 
Na frente de João Pessoa só Natal (RN) com 21,2% de obesos, sendo 19,9% de homens e 22,3% de mulheres; e Rio Branco (AC) com 21,3% de obeses, sendo 18,5% entre homens e 23,9% entre as mulheres. 

Mais da metade da população pessoense (50,9%) também tem excesso de peso. Fora das medidas consideráveis saudáveis estão 55,3% dos homens e 47,3% das mulheres.

A pesquisa Vigitel 2012 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) mostra que 51% da população (acima de 18 anos) está acima do peso ideal. Em 2006, o índice era de 43%.Entre os homens, o excesso de peso atinge 54% e entre as mulheres, 48%. 

João Pessoa acompanha a tendência nacional. A frequência de obesidade e de excesso de peso na população da capital paraibana passou de 13,7% e 42% em 2006, para 19,9% e 50,9% respectivamente. O aumento ocorre tanto em homens quanto mulheres. Na capital da Paraíba, o percentual de homens obesos subiu de 15,8% para 21,1% e com excesso de peso de 47,8% para 55,3%. Entre as mulheres, os índices de obesidade aumentaram de 11,8% para 18,9% e de excesso de peso de 36,6% para 47,3%.
Na primeira edição do estudo, em 2006, 43,2% estavam acima do peso ideal e 11,4% eram obesos no Brasil. Atualmente, o percentual subiu para 51% e 17,4%, respectivamente. É a primeira vez que mais da metade da população brasileira está acima do peso.
O estudo inédito também revela que a obesidade cresceu no país, atingindo o percentual de 17% da população. Em 2006, quando os dados começaram a ser coletados pelo Ministério, o índice era de 11%. O aumento atinge tanto a população masculina quanto a feminina. Na primeira edição da pesquisa, 11% dos homens e 11% das mulheres estavam obesos. Atualmente, 18% das mulheres estão obesas. Entre os homens, a obesidade é de 16%.

O estudo retrata os hábitos da população e é um importante instrumento para desenvolver políticas públicas de saúde e estimular os hábitos saudáveis. Nesta edição, foram entrevistados 45,4 mil pessoas em todas as capitais e no Distrito Federal, entre julho de 2012 a fevereiro de 2013.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que os dados servem de alerta para que toda a sociedade se articule para controlar o aumento da obesidade e do sobrepeso no país. “Os dados reforçam que a hora é agora. Se não tomarmos - o conjunto da sociedade, familiares, trabalho, agentes de governo -, as medidas necessárias, se não agirmos agora, corremos o risco de chegar a patamares de obesidade como os do Chile e dos Estados Unidos. Por isso temos que agir fortemente", disse. 

Alimentação

pesar da obesidade estar relacionada a fatores genéticos, há uma influência significativa do sedentarismo e de padrões alimentares inadequados no aumento dos índices brasileiros. Forte aliado na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, o consumo de frutas e hortaliças está sendo deixado de lado por uma boa parte da população de João Pessoa. Apenas 21,4% da população ingerem a porção diária recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de cinco ou mais porções ao dia.
Outro indicador que preocupa é o consumo excessivo de gordura saturada: 27,2% da população da cidade não dispensam a carne gordurosa e 46,4% consomem leite integral regularmente. Os refrigerantes também têm consumidores fieis – 14,7% dos pessoenses tomam esse tipo de bebida ao menos cinco vezes por semana. A pesquisa revela também que 34,7% da população da capital paraibana praticam de atividade física no tempo livre ou no lazer. Os homens (39,8%) são mais ativos que as mulheres (31%).
Combate à obesidade 
Um dos objetivos do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT), lançado em 2011, é deter o crescimento da proporção de adultos brasileiros com excesso de peso ou com obesidade.
Em março, o Ministério da Saúde criou a Linha de Cuidados da Atenção Básica para excesso de peso e outros fatores de risco associados ao sobrepeso e à obesidade até o atendimento em serviços especializados. A Atenção Básica vai proporcionar diferentes tipos de tratamentos e acompanhamentos ao usuário, o que inclui também atendimento psicológico.
A pessoa com sobrepeso (IMC igual ou superior a 25) poderá ser encaminhada a um polo da Academia da Saúde para realização de atividades físicas e a um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) para receber orientações para uma alimentação saudável e balanceada. Atualmente, 82,1% dos 1.888 NASFs contam com nutricionistas; 85,7% com psicólogos e 61,6% com professores de educação física.
Toda a evolução do tratamento será acompanhada por uma das 37 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS), presentes em todos os municípios brasileiros. O Programa Academia da Saúde é a principal estratégia para induzir o aumento da prática da atividade física na população. Até agora, já foram repassados R$ 175 milhões, de um total de investimento previsto de R$ 390 milhões.
A iniciativa prevê a implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e profissionais qualificados para a orientação de práticas corporais, atividades físicas e lazer. Atualmente, há mais de 2,8 mil polos habilitados para a construção em todo o país e outros 155 projetos pré-existentes que foram adaptados e custeados pelo Ministério da Saúde. Na Paraíba, o Ministério da Saúde está investindo R$ 17 milhões na construção de 142 polos em todo o estado.
O Ministério da Saúde investe também em ações preventivas para evitar a obesidade em crianças e adolescentes, como o Programa Saúde na Escola (PSE), que este ano está aberto a todos os municípios e passa a atender creches e pré-escolas. Para 2013, está previsto o investimento de R$ 175 milhões. Outra medida é a parceria do Ministério com Federação Nacional de Escolas Particulares para distribuição de 18 mil Manuais das Cantinas Escolares Saudáveis como incentivo a lanches menos calóricos e mais nutritivos.
Avaliação do peso ideal
O Índice de Massa Corporal (IMC) é uma forma para conhecer o estado nutricional do indivíduo.  Para calculá-lo, basta dividir o peso em quilogramas pelo quadrado altura em metros (IMC = peso / altura x altura). O IMC é apenas um indicativo para descobrir se está no peso ideal. Outros fatores como sexo, idade, condicionamento físico devem ser levados em conta.
Fonte: Portal Correio

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